terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Di-di-gem-sim-ti-telé


Em Janeiro o CC Digital completa um ano e prepara um "Sarau Cinematográfico" com exibições, oficinas, palestras e etc. Às 15h30 do dia 12 e 13, estarei lá colaborando para a supervalorização do Cinema Marginal, assunto batido, revirado e remexido que já encheu o saco. Inscrições pelo telefone 2797-3426 ou pelo email saraucinematografico@gmail.com
Só clicar no cartaz pra aumentar.

domingo, 6 de dezembro de 2009

E esta cidade oculta?


Além do cansaço, as condições da Sala Zelito Viana não estão boas para o nosso retorno. É dado por encerrado o ano de 2009. Foram 8 sessões, com direito a apresentações e... opa, não teve isso. Foram 8 sessões de cinema, 8 sessões onde discutimos cinema e colaboramos pra revisão crítica de filmes pouco conhecidos ou pouco assistidos, levadas na gambiarra e no gogó. 8 sessões onde o importante não é a qualidade do projetor, da cópia do filme ou do som. Onde o ar-condicionado é um detalhe e as sociais não dão em nada.
Ou seja: Ano que vem, aguardem os shows, coqueteis, poemas bacanas e muita agitação.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Recortes: Prévia do jornal "A POÇA".


"Estou reamente numa ressaca muito grande de produzir e não tenho fôlego para entrar em outro projeto como produtor nesse sistema que está aí, mas ainda tenho vontade de dirigir, se aparecer algum produtor."

terça-feira, 17 de novembro de 2009

E o cineclube parado...


Querido Matheus,
Honraria-me sobremaneira poder participar de qualquer evento no CineGoteira, evento  dedicado à -famigerada- pornochanchada e afins. Traria uma ou duas comédias em DVD à apresentação pública, para depois descortinar-me como cineasta numa palestra extra-democrática.
Marque uma data e me retorne.
Aguardando ansiosamente,
Abração,
Carlo Mossy

domingo, 8 de novembro de 2009

Chaplin no Digital + Recorte

Na próxima terça, 10, o Cineclube Digital faz uma homenagem ao Chaplin com a "Sessão Cinema Mudo". Às 19h, no Sesc Nova Iguaçu, 7 curtas do Chaplin e alguns petiscos de quebra. E tem mais: a já famosa dupla Los Tchatchos faz uma das suas apresentações de malabares e clownaria. O cartaz vai abaixo, é só clicar pra ver melhor.

Sempre que algum cineclube exibe Chaplin, vem na minha cabeça a imagem do Chaplin-Club, o primeiro cineclube brasileiro fundado em 1928. Todos os integrantes eram devotos de Chaplin e não escondiam isso das suas publicações. Aproveitando, segue um recorte que pra mim é um hino do heroísmo cineclubista.
 
Até lá!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Recortes + Dossiê na área


"O plástico é a morte da cor. Isso é uma teoria deles [os espanhóis] com a qual eu assino embaixo. O jovem hoje não sabe enxergar o vermelho, ele sabe enxergar o vermelho do plástico. Uma vez eu estava vendo Dois Destinos, numa cópia de vídeo, ruim, dentro do quarto, e mesmo assim você via aqueles tons de branco, com suas nuances. Aí meu filho, com 16 anos, entrou lá e falou: “Putz, pai, que fotografia feia.” Eu quase dei uma porrada na cara dele. Falei: 'Ah, vai tomar no teu cú'. 'Fotografia feia? O cara se matou para conseguir chegar o mais próximo possível da maior pintura do mundo, seu idiota'."
A Zingu! desse mês tem um Dossiê completíssimo do Carlos Reichenbach, com direito a uma entrevista gigante de onde saiu esse recorte que cita a obra-prima de Zurlini. Leiam, assistam Reichenbach e assistam Zurlini (pra descobrir que até a Itália é cruel com seus grandes artistas).

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Dois novos cineclubes da Baixada.

Na semana que passou, dois novos cineclubes começaram a funcionar pela baixada. O Cineclube Donana, em Belford Roxo, no tradicionalíssimo Centro Cultural Donana e o CCN (Clube de Cinema de Nilópolis), no Teatro Municipal Tim Lopes.
No Domingo, dia 4, o Donana abriu as portas para uma sessão infantil com a animação "A Viagem de Chihiro", destribuindo pipoca pra molecada das redondezas, e logo após se expandiu para o público com a exibição do simpático "Saneamento Básico", último longa do Jorge Furtado. O legal é que, por o espaço não ser um auditório, o clima informal dá o tom especial as sessões: todo mundo esparramado em tapetes e puffs, tão a vontade que é perfeito pra eventuais cochilos.
Sexta, dia 9, o CCN estreiu de baixo de muita chuva, com um público reduzido, exibindo o documentário "Novos Lares", do jornalista nilopolitano Radamés Vieira. O filme busca expor fatos e memórias acerca da imigração de judeus do leste europeu para Nilópolis, por volta dos anos 20 e 30. O diretor introduziu o filme, que rendeu um pequeno debate no final. No Teatro Tim Lopes, temos a impressão de estar num antigo cinema de rua, com suas poltronas confortáveis desbotadas mostrando espumas, colaborando pro clima saudosista que o Clube já trás no nome (durante anos 40 e 50, a maioria dos cineclubes eram "clubes de cinema").

Cada qual com sua proposta, os novos cineclubes vêm confirmar a espontêniedade do movimento na Baixada, provando que não estamos mais falando de "projetos de inclusão" ou de carência cultural. O melhor é que dessa vez não foi necessário alguém de fora cair de para-quedas, criar uma atividade e justificar seu ato através dos famosos discursos que exaltam o agente em detrimento do meio. Quando é necessário, as coisas acontecem por elas próprias. Não tem mistério.
É mais uma vitória do público. Filmes são feitos para serem vistos.

sábado, 10 de outubro de 2009

Carta aos frequentadores.

Freqüentadores e demais,

Primeiro, gostaria de me desculpar novamente pelo cancelamento em cima da hora da sessão, por mais que eu não tenha que fazer isso. Pra mim, isso foi um vexame: divulgar uma sessão, preparar o material gráfico, fazer a pesquisa e rever o filme inúmeras vezes pra afinar o debate é um exercício que só se torna completo quando chega a exibição.
Foi com um telefonema de rotina, que por segurança faço toda tarde de sábado de Goteira, que um funcionário da Secretaria me informou que a única caixa de som que ainda funcionava estava ruim. Ou seja, só fiquei sabendo disso porque eu liguei pra eles.
Vocês, que freqüentam o cineclube, sabem que as condições da sala beiram a precariedade há muito tempo. Apesar da nossa insistência em fazer acontecer – em dar público e movimentar o espaço e a cidade –, não vimos nada sendo feito para solucionar nem mesmo parte dos problemas. Muitos viram, durante a sessão da MFL2009, uma das caixas de som torrando e nosso salvamento heróico através de uma gambiarra. Nosso salvamento.
Tais problemas traziam limitações às intenções do cineclube. Cineastas consagrados que topavam acompanhar uma sessão no cineclube ficaram “na reserva”, pois eu não achava justo receber uma pessoa importante e exibir seu filme destorcido pelo projetor e com o áudio estourado.
Isso não inclui apenas a parte física da sala, mas também outras questões de organização para a Prefeitura receber sessões aos sábados. Em pequenas coisas como pedir para deixar a porta da rua aberta ou, ao menos, acender as luzes do salão principal, sempre recebemos respostas grosseiras dos seguranças. Em contrapartida, não foram poucas as pessoas que, vendo a porta fechada com tudo apagado, deram meia-volta achando que não havia ninguém.
Vale comentar aqui uma experiência que tive durante a 4ª Baixada Animada, em que fiquei responsável pelas exibições em Mesquita. A Secretaria nos conseguiu duas ótimas caixas de som provisórias previstas para toda a mostra, de 3 dias. No meio do segundo dia, minutos antes de uma das sessões com o público dentro da sala aguardando, uma tropa de funcionários entra na sala e leva as caixas para outra atividade. “Ordens do Prefeito”.
Sendo assim, na impossibilidade de medidas ou soluções concretas, minha idéia inicial é agradecer à Secretaria de Cultura pelos anos de parceria e aprendizado, aproveitando o mesmo aperto de mão para me despedir e desejar sorte para o audiovisual da cidade. Agora, é pensar com a ajuda de vocês uma alternativa para seguir com as exibições. A gente sabe que isso não vale de nada, mas já faz parte da cabeça e do cotidiano de muita gente.

MT

SESSÃO CANCELADA!


Só hoje um funcionário da secretaria me informou que A SALA NÃO ESTÁ EM CONDIÇÕES de realizar a sessão. A ÚNICA CAIXA DE SOM que ainda funcionava FOI PRO ESPAÇO.

Desculpem a urgência, mas fui informado disso faz 10 min. Peço mil desculpas pelo acontecido, e informo desde já que 1) não existe mais cinegoteira ou 2) não acontecerá mais na Sala de Cinema Zelito Viana.

Stress logo em dia de jogo do América.

Desculpem.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Programação de Outubro - 10/10 às 19h

 FOFÃO - A Nave Sem Rumo
(1988, Adriano Stuart, 70')

Uma perigosa microcélula que contém um grande segredo é implantada no nariz do nosso herói fofão. Um segredo capaz de transferir pessoas para outra dimensão do universo, nesta eletrizante aventura espacial. Batalhas entre amigos e inimigos do Fofão enquanto alienígenas invadem e dominam a nave da Fofolândia para roubar a microcélula. Totalmente desgovernada e em rota de colisão contra um asteróide, a nave segue sem rumo por esta divertida aventura, cheia de ação e efeitos especiais.

"Obviamente, 'Fofão e a nave sem rumo' é um filme com muitas limitações, como os ridículos efeitos especiais, roteiro deficiente e diálogos incrivelmente estúpidos. Mas, se a intenção era divertir, Stuart acertou em cheio, e risadas não vão faltar. Chega a ser lamentável que esse grande clássico do neo-trash de ficção científica infanto-cômico tenha sido o último filme dirigido por ele, pois sua competência em fazer rir do tosco com certeza daria mais brilho às fracas produções infantis (ou apenas pueris?) atuais."
Filipe Chamy, para a Zingu!

"Em geral, os textos são ingênuos e fazem uma ponte óbvia com as nossas velhas chanchadinhas, mesmo com um leve (muito, muito leve) tom de sacanagem em alguns momentos. Eu chamo o humor desses filmes de "humor de impulso", já que na maior parte das vezes as gags e piadinhas são jogadas como detalhes dentro de um trecho linear."
Eu, Matheus, comentando a obra de Stuart num antigo blog.

ADRIANO STUART! NAVES ESPACIAIS! MICROCÉLULAS! CLONES DO MAL! SATÃ! EFEITOS ESPECIAIS! ROBÔS TOSCOS! PIADAS ELETRIZANTES! ANOS 80! FOFÔLO! CRIANÇAS NINJAS! VILÃ GOSTOSA e muitas outras emoções que os farão derramar lágrimas de alegria.

Sábado, 10/10, às 19h
Sala Popular de Cinema Zelito Viana
Av União - s/n - Centro, Mesquita
Entrada Grátis
(Afinal, você pagaria pra assistir isso???)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Entrevista com Claudino

Segue uma entrevista com Claudino de Jesus, presidente do CNC e vice-presidente da FICC, durante um encontro Ibero-Americano de Cineclubes no IV Festival Atibaia Internacional do Audiovisual. Claudino levanta as questões dos direitos do público e da situação do cinema brasileiro, lembrando Paulo Emílio ao final. Vale a pena dar uma olhada.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

domingo, 20 de setembro de 2009

Revista FOCO


Mudou. Saiu o filme do Samuel Fuller. Que sacanagem.
De quem?
Samuel Fuller, não conhece Samuel Fuller? Um diretor americano bacana que fez "Casa de Bambu", "A Lei dos Marginais". Filme colorido filmado no Japão, muito bacana. O bandido morria pelado no banheiro, cê viu sim.

É. Não me lembro, não. Vamo tomar um café?
Cê paga?
Pago.

E assim eu apresento pra todos a Revista FOCO, editada pelo Bruno Andrade. Pela edição inicial, vem coisa boa por aí. O primeiro número enfia a baioneta no mestre Samuel Fuller  (finalmente uma avalanche pra quem merece!) com textos de Sergio Alpendre e Inácio Araújo, entre outros, usando até uma colagem do Jairo Ferreira! Mais uma fonte de produção e difusão de textos sobre cinema. Adicionem aos favoritos e sejam felizes.

A imagem e o diálogo são de "Documentário", 1966, Rogério Sganzerla.

sábado, 19 de setembro de 2009

Hoje é dia!


Sim! E quem não for vai perder trechos de uma RARIDADE ABSOLUTA dirigida e atuada por um dos nossos gurus em 2001.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Programação de Setembro - 19/09 às 19h

Traga sua camisinha para a sessão de
"ESTOU COM AIDS"
(Dir. David Cardoso, 1985, 75')
Tente imaginar um filme educativo feito no boom da chegada da AIDS no país por um dos maiores nomes da pornochanchada. Misturando documentário com ficção, David Cardoso nos oferece uma pérola da falta de noção, seja na carecterização dos aidéticos como zumbis de filmes italianos ou na escolha das celebridades entrevistadas, como Alcione e Maguila.
Com a pretensão de ser um filme verdade, "Estou com AIDS" vira piada pelas informações defasadas do período. Porém, o filme possui um tom de horror que, muito possivelmente, refletia o temor da doença na época. Além disso, o tom homofóbico da fita parece ser uma busca desesperada pelos culpados por esse "terror da humanidade", como bem falam alguns entrevistados.
"Estou com AIDS" merece ser visto hoje como uma curiosa exploração da doença como fonte de terror e sensacionalismo. Não chega a ser o caso da Gripe Suína, mas esse fato nos ajudará a entender os motivos da obra e as manifestações imediatas de seu tempo. 

E o melhor é que todo mundo já sabe que ELES MORREM NO FINAL!
AIDS! DROGAS INJETÁVEIS! SURUBAS! TRAVESTIS! MAGUILA! ESTUPROS! CRIANÇAS AIDÉTICAS! DAVID CARDOSO!  PUTAS!  ATORES DA INDUSTRIA PORNOGRÁFICA! PEDRO DE LARA! HEMOFÍLICOS VÍTIMAS DE PRECONCEITO! HELÔ PINHEIRO! PAIS DE FAMÍLIA NA MERDA! TERROR BIOLÓGICO e muito mais emoções que farão você explodir em prazer.

E ainda: UM PRESENTE SURPRESA NA TELA!!!

Sábado, 19/09, às 19h
Sala Popular de Cinema Zelito Viana
Av União - s/n - Centro, Mesquita
Entrada Grátis
(Afinal, você pagaria pra assistir isso???)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Vida longa à nova carne.

O Goteira é um ritual de sádicos. Um lugar onde as pessoas - não muitas - sentam e engolem à força os excrementos do cinema. Na tela e na sala grotesta se expõe um medo em comum. Algo que transitou desde a nossa casa até as salas de cinema que frequentamos. Mas no Goteira, nossa fraqueza dá lugar ao sadismo curioso. Um horror que obriga as delicadas menininhas a abrirem frestas entre as mãos para ver fotogramas de sanguinolência ou obscenidade. Sentimos queimar os mamilos e ainda assim repetimos os bordões. O Goteira é um sequestrador e nós somos suecas peitudas mergulhadas numa síndrome de Stockholmo hostérica.
Acredito que das dezoito às vinte e duas horas do segundo sábado (nem sempre) de cada mês carrega um mistério nas nuances. Momentos que precedem, percorrem e encerram as sessões, são carregados de uma "mágica" bizarra. No caminho de ida e volta da Sala Zelito Viana, nos deparamos com situações estranhas e simbólicas. Situações essas que parecem ser retratadas nas sessões. O ritual maldito parece dar vida aos personagem da tela. Quem não viu se materializar a Babá em "Os Monstros de Babaloo"?
No escuro, as preces rezam os filmes e as risadas são o reflexo do óbvio contido em exterminar preciosas horas da sua noite de sábado numa mediocridade coletiva.
O mestre de cerimônia deveria vestir uma capa negra, mas se camufla no público coberto com uma camisa do América, um vermelho-sangue assustador, te convidando a berrar: "Vida longa à nova carne!". Carne essa que nos cobre e contamina, desde a desértica entrada até quando um certo alguém acende as luzes erradas fazendo todos levarem aos olhos as mãos.
Mas todos voltam. Pois o Goteira é um ritual de sádicos.
Guilherme Cabral

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O último cartaz

Esse cartaz foi espalhado em 2007 por alguns pontos de Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis pra divulgar o mês que fizemos em homenagem ao Mojica. As sessões foram ótimas, ainda na antiga sala de cinema, mas os cartazes não serviram de nada. Por isso, esse foi o último feito. É só clicar pra conseguir ler.
Olhando agora, dá saudade dessa arte tosca e meio marginal, sobretudo com as marcas do tempo (e do material mega vagabundo). Dá um belo enfeite.
O primeiro que falar aí nos comentários que tá afim de um, leva uma cópia em tamanho real na próxima sessão.*

*Sim, eu mudei a promoção em virtude do seu fracasso.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Enquanto isso em Nova Iguaçu

Sábado tem Buraco do Getúlio e terça tem Cineclube Digital.
Os cartazes tão aí em baixo, é só clicar pra conseguir ler.


Aproveitando o post, um aviso: Nossa sessão de setembro marcada para dia 12 terá que ser adiada pra dia 19. Mais explicações em breve.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A arte de falar durante um filme

Quando aparece gente nova no Goteira, eu faço questão de avisar que é completamente permitido se manifestar durante a exibição do filme. O que seria incômodo em qualquer outra sessão de cinema, numa sala que não a das casas, aqui se torna uma coisa essencial.
Como muitos já dizem por aí, o filme é o produto da interação do ecrã com a platéia. Dependendo da forma que se assiste, as impressões podem ser diferentes. Portanto, o estímulo às manifestações é parte de um projeto de, digamos, "debate em tempo real", sem a preocupação com termos, palavras e etc; que torna essa interação citada bastante sincera e dinâmica. Além disso, a manifestação no escuro (literalmente) dá aos tímidos a chance de falar o que estão achando, coisa que não fariam (e não fazem!) com as luzes acesas e com a atenção dos presentes.
Porém, as manifestações não se resumem a sinceridade e desinibição. Toda opinião emitida durante a projeção pode ser completamente alterada ao final da sessão, seja por uma nova interpretação ou, principalmente, por uma nova informação dada pelo filme. Assim, a surpresa que alguém teria em silêncio é compartilhada com toda uma sala e cria uma espécie de sentimento homogêneo que só essa relação público/filme é capaz de fazer e, claro, só esse "debate em tempo real" torna possível.
É incômodo estar num cinema e ouvir pessoas falando alto, atrapalhando. O fato é que esses "chatos" não estão articulando idéias com você. No Goteira, a intenção é fazer todo o grupo compartilhar gritos, xingamentos e expressões que podem incomodar, fazer rir ou até mudar a visualização de quem as ouve.
Falar durante o filme é um ato saudável que torna cada exibição única, já que cada platéia criará uma forma e uma expressão diferente para se comunicar com o meio e com a obra.
Alguém faça o favor de perguntar "E daí?".

MT

Foto de "Sem Essa Aranha", Rogério Sganzerla
Não me perguntem o que ela tem a ver com o texto

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Aniversário do Tela Brasilis

Repassando a divulgação da sessão de 6 anos do Tela.
A sessão que comemora 6 anos de aniversário do Tela Brasilis apresenta neste mês de agosto o filme Geraldo José, o som sem barreiras, dirigido pelo montador e editor de som de quase quase 300 filmes entre curtas, médias e longas metragens Severino de Oliveira Souza, ou melhor, Severino Dadá. O documentário ganhou o concurso para produção de documentários em média-metragem do Ministério da Cultura em 2002. O filme conta a trajetória do mais requistado técnico brasileiro, o sonoplasta Geraldo José, que começou no rádio nos anos 40, sonorizou mais de 500 filmes de longa-metragem – de chanchadas, cinema novo, pornochanchadas, até o início da Retomada –, sem contar uma infinidade de curtas, novelas e séries de televisão, comerciais e institucionais.
Após a sessão, debate com Geraldo José, Severino Dadá e Fernando Morais.

Cinemateca do MAM
Av. Infante Dom Henrique 85
Parque do Flamengo
20021-140 Rio de Janeiro RJ
Entrada franca

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Layout novinho!

É com orgulho e com um sorriso maroto (foto) que apresentamos o novo layout desta maravilha de blog. Pois é, chega de aparência de sujeira. O blog agora tem cara de coisa bonita e que funciona. Portanto, passem a achar isso. É uma ordem. Em breve isso aqui será cinegoteira.com.
Ah, o próximo longa a ser exibido concorre o título de "Melhor Filme do Mundo" com o épico "As Aventuras de Sérgio Mallandro". Além disso, pra esquentar vai rolar um curta de um dos grandes nomes do Underground carioca. Se segurem aí que em breve (ou não tão em breve assim) virá uma divulgação quentíssima (ou não tão quente assim).

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Eles atrasam, nós atrasamos!



Os correios não estão em greve, né? Pois estão demorando muito pra entregar aqui em casa os filmes que estava pensando em exibir no dia 10, e que já foi provisoriamente divulgado para o público mais fiel. Pois bem, pra não ter que divulgar muito mais em cima da hora, aviso por aqui que espararei os filmes apenas até hoje. Caso não cheguem, exibo um plano B que não perde em nada para para o que viria.

Avante!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Programação de Junho - 20/06/09 - às 19h

FALSA LOURA
(Carlos Reichenbach, 2008, 100')


Pois é! O CineGoteira deixa o avacalho de lado e apresenta uma pérola que passou praticamente despercebida nos cinemas brasileiros em 2008, o último filme do cineasta, cinéfilo e cineclubista Carlos Reichenbach.


Falsa Loura narra a história do envolvimento de Silmara, jovem (e linda) operária de São Paulo, com dois ídolos da cultura pop e apresenta, em forma de melodrama, um pouco da realidade dessa bela mulher, perdida no mundo de fantasias e desejos.


"Aos naturalistas, então: dos melhores filmes de Reichenbach, Falsa Loura talvez seja o que mais se encaixa na definição truffautiana de "grande filme doente" - aqueles cuja execução defeituosa é compensada pela crueza e pela transparência de intenções. E o fato é que as imperfeições do filme combinam com o tema. Falsa Loura abraça o brega naquilo que o brega tem de essencial: a forma desmedida, até mesmo acrítica, de se fazer ver e ouvir. E o cinema de Reichenbach não é de meias palavras."


(Marcelo Hessel - Omelete)

"Se em Garotas do ABC, Reichenbach ainda parecia procurar algum tipo de nova-autenticidade na sua forma de representação do proletariado feminino, aqui ele dá uma guinada ao se enfiar não só no meio/lugar, mas na pele da linguagem que o mapeia, de suas palavras e macetes (autopsia da imaginação) - fazendo isso, porém, sem tentar determinar essa premissa como fim ou celebração de uma imagem-popular; mas uma dor, uma falta. A tal falta que o povo faz..."
(Felipe Bragança - Revista Cinética)

Sábado, 20/06, às 19h
Sala Popular de Cinema Zelito Viana (Auditório da Prefeitura de Mesquita)
Av União - s/n - Centro, Mesquita (RJ)
Entrada Grátis

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E MAIS!

Apresentação musical de Raphael com o projeto Mary Hate and Mary Ann. Voz e violão num compasso pós-moderno que mistura rock e o mais puro experimentalismo primitivista. Honrando a boa e velha vibe famosa do Goteira!

Do release:
"Sua música é feita numa base de goth rock, grunge e indie rock, com elementos de diversos outros estilos juntos à esses."
Atenção: No começo da sessão!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Pendências, digamos assim.

Queria comentar aqui que a sessão anterior do Goteira foi um arraso. Pudera, com uma obra-prima como aquela, ficaria difícil ser ruim.

Pois então, aos que foram e ficaram interessados, estou colocando aqui direitinho o livro que usei pra falar um pouco da Boca e provavelmente esqueci de falar o título, já que alguns vieram me perguntar depois. É o "Cinema da Boca - Dicionário de Diretores", do Alfredo Sternheim. Resta lembrar que, por ser formato de dicionário, serve mais como material de pesquisa, curiosidade e etc; mas devem ter umas 40 páginas de história sobre a Boca do Lixo e seu cinema. Eu cheguei a comentar que custaria em média 15 pratas (já que paguei por aí), mas o mais barato que encontrei pela internet foi a 18 no submarino.

Outra coisa: a galera da Heco Produções mantém um site sobre o Galante (provavelmente o maior produtor da Boca) cheio de informações. Eu indico de cara ESSE TEXTO do Arthur Autran pra começar, depois naveguem pelo site com carinho.

Até a próxima!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Programação de Maio - 09/05/09 - às 19h

HORAS FATAIS - Cabeças Trocadas
(Francisco Cavalcanti, 1984, 92')

Sim! É com o mais puro prazer que o CineGoteira exibe o obscuro e belo "HORAS FATAIS - Cabeças Trocadas", uma verdadeira obra de arte dos nossos anos 80. O Trailer foi exibido durante a sessão de "O Segredo da Múmia", alastrando uma névoa de amor e provocando suspiros nas donzelas. Imperdível.

Sinopse de capa: Dois ricos garotões da sociedade paulistana invadem a casa de Chico, um pacato cidadão, e violentam sua mulher e sua cunhada. Desiludido com a Justiça, ele quer vingança a qualquer custo.


"Na seqüência inicial do filme, você juraria estar assistindo a um episódio ainda inédito de Chaves passado num restaurante de Acapulco ou qualquer coisa nestes moldes. A presença e o carisma dos figurantes não é menos que risível."
(Vinnie Bressan)


"Certo dia, dois marginais invadem o apartamento de classe média de seu Chico e atacam brutalmente sua esposa e sua cunhada. Ambas são barbaramente estupradas e mortas, em cenas tão gráficas que fazem os estupros de DESEJO DE MATAR 1 e 2 parecerem filmes dos Estúdios Disney."

(Felime M Guerra)


"Vestindo uma afrescurada jaqueta vermelha e locomovendo-se Brasil afora de barco e avião na caça dos estupradores, que se refugiaram no interior, Chico passa a segunda metade do filme mandando bala e explodindo coisas."
(Felipe M Guerra)


"Apesar de todas as boas intenções, como levar a sério um filme em que um simples comerciante, com pinta de Bronson ganha um lança-mísseis artesanado por um amigo? Ainda mais quando a arma não passa de uma zarabatana que atira foguetes explosivos de alumínio e ele sai testando seu poderio de fogo em tiros que resultam em explosões constrangedoras? Como alguém pode querer se camuflar no meio do mato com uma jaqueta vermelha? Como aceitar a virilidade de um estuprador que foge de medo pra uma ilha no interior de Santarém chamada Uruquirituba? Como os dubladores deixaram que o áudio ficasse tão fora de sincronia com as falas das personagens? E, por último, o principal: como alguém consegue não se divertir com tudo isso? Assista e se delicie. É por conta da casa."
(Vinnie Bressan)



Sábado, 09/05, às 19h
Sala Popular de Cinema Zelito Viana
(Auditório da Prefeitura de Mesquita)
Av União - s/n - Centro, Mesquita (RJ)
Entrada Grátis - Você pagaria pra assistir isso?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Programação de Fevereiro - 14/02/09

O Segredo da Múmia
(1982, Ivan Cardoso, 85')

(Atenção: A qualidade das capturas abaixo é inferior a cópia que exibiremos. Não se assustem.)

Para abrir o ano de 2009, não há escolha melhor que O Segredo da Múmia, clássico do mestre Ivan Cardoso. É incrível como um só filme consegue canalizar e explicar em suas entrelinhas toda a tradição do cinema pop brasileiro usando como principal recurso o deboche. No elenco, figuras como o lendário Wilson Grey, Evandro Mesquita (dublado como um desenho animado!), Regina Casé e até o maestro Julio Medaglia. Impossível não se divertir. Venham e tragam chiclete!

Cientista, ridicularizado por seus colegas, tenta provar que sua maior descoberta, o "elixir da vida", realmente funciona. Para isso, ele decide ressuscitar uma recém descoberta múmia egípcia que espalha o terror em pleno Rio de Janeiro.

"Como todo bom filme brasileiro, O Segredo da Múmia também tem toneladas de nudez gratuita - o que é bem-vindo, dentro da proposta bagaceira do filme. A quantidade de seios é tão grande que bate qualquer uma daquelas baboseiras chamadas de 'erotic thrillers' pelos gringos."
(Felipe M. Guerra // Boca do Inferno)


"Neste filme fabuloso, Ivan mistura tudo aquilo que é/seria lixo cultural, culturalmente “menor” — cinema vagabundo americano & pornochanchada, terror & comédia (ou terrir), aventura barata & newsreel de araque, sem esquecer da linguagem de quadrinhos e dos diálogos de seriado de TV —, e o resultado é fantástico! Uma múmia no Brasil... “Isto é cinema!”, já sacou o grande Sam Fuller."
(Juliano Tosi // Portal Heco)

"'O negócio é experimentar', diz a certa altura o professor Expeditus Vitus, dando a chave da fita: cinema oswaldiano, antropofágico, de invenção, deglutindo (não seria vampirizando?) a mitologia dos filmes B e tudo mais que for consumido por essas bandas. Seria a constatação do óbvio, mas é antes a resistência cultural, a avacalhação revigorante ou uma pérola crítica."
(Idem)
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Flyer: frente / verso
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Sábado, 14/02, às 19h
Sala Popular de Cinema Zelito Viana
(Auditório da Prefeitura de Mesquita)
Av União - s/n - Centro, Mesquita (RJ)
Entrada Grátis

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Revista Juliette 003 e 004

Macacada,

Já estou aqui com as edições 003 e 004 da Revista Juliette. A qualidade aumentou bastante e o preço subiu para R$3,00. Quem quiser alguma das duas -- ou até mesmo a 001 e 002 -- é só me avisar pelos comentários que eu levo na próxima sessão, que, aliás, será dia 14 e promete empolgar toda a família.

Sobre as edições, é só ler no blog da revista.
E, no mais, em breve estarei divulgando a próxima sessão por aqui.

A Revista Juliette é distribuida no Rio pela ASCINE-RJ

Abraço.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

2009

" - No pé ou na mão? Fala, neguinho!"

Olá, criançada!


Só pra avisar que o Goteira volta a funcionar em fevereiro, naquele mesmo ritmo. A sessão de abertura deve acontecer no segundo sábado, dia 14, com um longa tão inesquecível quanto o último e com aquela Brahma Extra no nosso debate mais-que-informal. Fiquem por aí que logo mais vem notícia. Enquanto isso, corram pras locadoras que “Falsa Loura” chegou! Ah, e leiam a Zingu! desse mês, especialmente a coluna subgêneros obscuros.

Agradecemos sua falta de opção!
Tchau.
Foto de "Lúcio Flávio - O Passageiro da Agonia", 1977, Hector Babenco
Quote de "Cidade de Deus", 2002, Fernando Meirelles